Representações cartográficas da infância: demandas por justiça existencial no Rio de Janeiro

Resumen
Este artigo reflete sobre as narrativas de crianças que circulam na cidade do Rio de Janeiro. Isso significa considerar os deslocamentos de seus alunos, moradores de diversas regiões da região metropolitana, e as relações que estabelecemos com nossos espaços. Na tentativa de compreender os modos de vivenciar o modelo espacial urbano das crianças e suas singularidades, há necessidade de estudar percursos e territórios cotidianos. A ideia de pesquisa com crianças implica uma opção política horizontal, a partir da espacialização da vida de dois estudantes. Vygotsky, teórico da perspectiva histórico-cultural, foi um importante interlocutor na compreensão das crianças como seres de linguagem, estabelecendo uma compreensão da geografia da infância que diz respeito ao pensamento da condição humana situada no espaço e no tempo. A metodologia empregada foi uma pesquisa qualitativa baseada na observação e registro de experiências espaciais de crianças por meio de rodas de conversa produzidas com alunos de um curso de ensino fundamental. A investigação permitiu identificar quais são os lugares infantis que constituem a cidade e suas demandas por justiça existencial.
Palabras clave
infâncias, teoria histórico-cultural, cidades, pesquisa com crianças, vivências espaciais
Biografía del autor/a
Vinícius De Luna Chagas Costa
Professor Assistente do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp UERJ. Professor de Geografia na rede privada da cidade do Rio de Janeiro. Doutor em Educação pelo Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense - Linha de Pesquisa Linguagem, Cultura e Processos Formativos (2023). Mestre em Educação pelo PPGEduc - Programa de Pós- Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares da UFRRJ, da linha III Educação e Diversidades Étnico- Raciais (2020). Especialista em Filosofia pela Universidade Gama Filho (2010). Pedagogo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2006). Geógrafo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2017). Participa do Grupo de Pesquisa e Estudos em Geografia da Infância - GRUPEGI (CNPq/UFF-UFJF) e Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas, Movimentos Sociais e Culturas - GPMC (UFRRJ, UERJ, IFRJ). Coordenador do Projeto de Extensão Cartografias nas infâncias e registro do espaço geográfico nos Anos Iniciais pela UERJ.
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