História Transviada e suas comunidades de intelectuais – uma paisagem historiográfica a partir da Análise de Redes Sociais
Resumo
No presente artigo, apresentamos uma paisagem historiográfica utilizando a Análise de Redes Sociais (ARS) como metodologia, destacando a formação de redes de intelectuais através das bancas de avaliação de teses e dissertações da pós-graduação em História no Brasil, no período de 1994 a 2022, em pesquisas que tratam das
dissidências sexuais e desobediências de gênero. Para este estudo, utilizamos os dados disponibilizados pelo projeto História Transviada.
Partimos do pressuposto de que, no contexto da profissionalização da carreira de historiador no Brasil, esses profissionais são responsáveis por conferir validade às pesquisas na pós-graduação,
bem como pelo reconhecimento da pessoa avaliada como pesquisadora profissional. A aplicação da ARS permite observar que a formação dessas redes é marcada tanto por laços fortes, oriundos de relações de orientação formal, quanto por laços fracos, resultantes de interações mais transitórias, como as participações em bancas de avaliação.
Palavras-chave
Análise de redes sociais, historiografia universitária brasileira, redes de intelectuais, historiografia das dissidências sexuais, desobediências de gênero
Biografia do Autor
Ronald Canabarro
Doutor em História, Política e Bens Culturais pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, Licenciado e Mestre em História pela Universidade de Passo Fundo – UPF, com Diplomatura em Humanidades Digitales pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales – UCES, trabalha como Técnico em Assuntos Educacionais do Núcleo de Rádio e TV – NRTV, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Maria José Affanador-Llach
Mestre y doctora en Historia en la Universidad de Texas en Austin - EUA. Profesora asistente en Humanidades Digitales de la Facultad de Artes y Humanidades de la Universidad de Los Andes - UNIANDES. Es editora de The Programming Historian en español (www.programminghistorian.org/es) y miembro del comité base de la Red Colombiana de Humanidades Digitales
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