Espacialidade sagrada: devoção popular a Santa Raimunda, alma do Bom Sucesso
Resumen
Santa Raimunda do Bom Sucesso é referência religiosa popular para os moradores da floresta amazônica, especialmente da cidade de Bom Sucesso, seringal Icuriã, na Reserva Extrativista “Chico Mendes”. O objetivo deste trabalho é apresentar as motivações e estímulos para a permanência no território, bem como os vínculos das pessoas com o espaço, por meio de marcadores sociais que configuram espacialidades sagradas e constroem relações sociais. As manifestações culturais no contexto histórico de territorialização da região, diante das infinitas carências que os indivíduos vivenciam, são utilizadas como ferramentas para sobreviver, resistir e redefinir suas vidas diante de diferentes dificuldades e novas espacialidades e, portanto, buscam contar com as crenças populares. A pesquisa é geográfica e se apoia em outras áreas da ciência para organização teórica, como a antropologia e a história, enquanto a fenomenologia é o caminho imersivo para a compreensão do fenômeno da devoção popular em relação à dinâmica comunitária. Como resultado, observa-se que as devoções populares são um elemento essencial nos processos de organização social na selva.
Palabras clave
Amazonía, devoción popular, religiosidad, Santa Raimunda
Biografía del autor/a
Rachel Dourado Da Silva
Turismóloga, mestra em Geografia.
Citas
- Alma Acreana (2016, agosto 30). Hélio Melo: o artista da floresta. https://almaacreana.blogspot.com/2016/08/helio-melo-o-artista-da-floresta.html
- Bello, A. A. (2004). Fenomenologia e ciências humanas. Edusc.
- Bello, A. A. (2018). O sentido do sagrado. Paulus.
- Da Silva, R. D. (2015). Espaços de peregrinação: a devoção nas estradas da seringa. [Dissertação do mestrado]. Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR).
- Eliade, M. (2010). O sagrado e o profano: a essência das religiões. Editora WMF.
- Eliade, M., & Couliano, I. (1999). Dicionário das religiões. Martins Fonte.
- García Canclini, N. (2008). Culturas hibridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. Edusp.
- Halbwachs, M. (2013). A memória coletiva. Centauro.
- Klein, E. (2003). Santos da floresta: cultura e religião entre seringueiros do Acre. Editora da UFAC.
- Maués, R. H. (1995). Padres, pajés, santos e festas: catolicismo popular e controle eclesiástico. Um estudo antropológico numa área do interior da Amazônia. Cejup.
- Mendonça, T. B. (Dir.) (2020). Ailton Krenak - Vozes da Floresta. [Video]. Em Vozes Da Floresta - A Aliança dos Povos da Floresta de Chico Mendes a Nossos Dias. https://www.youtube.com/watch?v=KRTJIh1os4w&list=PLzyVojcJuBpT8hz5BUHt6KWtHoJ9UceOo&index=2&ab_channel=LeMondeDiplomatiqueBrasil
- Porto Gonçalves, C. W. (2015). Amazônia, Amazônias. Editora Contexto.
- Porto Gonçalves, C. W. (2017). Amazônia: encruzilhada civilizatória, tensões territoriais em curso. Editora Consequência.
- Rosendahl, Z. (2012). Primeiro a obrigação, depois a devoção. Editora UERJ; NEPEC.
- Silva, M. G. (2000). O Espaço ribeirinho. Terceira Margem.
- Souza, J. F., Calixto, W. O., & Souza, J. D. (1985). Acre: uma história em construção. Secretaria de Educação e Cultura do Rio Branco.
- Weber, I. (2006). Um copo de cultura: os Huni Kuin (Kaxinawá) do rio Humaitá e a escola. Edufac.
- Wolff, C. S. (1998). Marias, Franciscas e Raimundas: uma história das mulheres da floresta Alto Juruá, Acre 1870-1945. [Tese do pós graduação]. Universidade de São Paulo.
- Wolff, C. S. (1999). Mulheres da floresta: uma história Alto Juruá, Acre (1890-1945). Editora Hucitec.