Clarice Lispector em Felicidade clandestina: a poética do eu
Resumo
Este artigo trata da aproximação dos planos de realidade e fantasia especialmente no conto “Felicidade Clandestina” publicado no livro com o mesmo título, em que os dois segmentos passam a disputar o mesmo espaço. A realidade de uma mulher adulta que resgata fantasias da infância num curso de tempo em que, como personagem, fora submetida a imprevisíveis jogos, tratada com ludíbrio, chegando a situações consternadoras, numa passividade que, por vezes, lembra uma presa acuada. No entanto, a mesma protagonista antes submetida à astúcia da colega de escola, agora na posição de narradora, exerce pleno controle sobre o leitor. Passa de personagem à construtora do texto, jogando com os sentidos daquele que está imerso na história fictícia.
Palavras-chave
Crítica biográfica, relações literárias, autoficção, Clarice Lispector, narrativas do eu
Biografia do Autor
Lucilene Machado Garcia
Doutora em Teoria Literária pela Unesp. Professora Adjunta no Curso de Letras/Espanhol na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Programa de Mestrado em Estudos Fronteiriços
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