Comida de rua como cultura de R-existência: dos tabuleiros do século XVIII ao século XXI
DOI:
https://doi.org/10.19053/20275137.n27.2023.14794Palabras clave:
alimentos identitários, ancestralidade, saberes e fazeres, prática alimentarResumen
O objetivo deste artigo é relacionar a comida de rua ao conceito de «R-existência». Optou-se por apresentar uma breve trajetória da comida de rua no espaço urbano da Bahia. Após essa abordagem, discute-se a comida do lugar como R-existência na cozinha de rua das cidades de Ilhéus e Itabuna. Elegeramse para análise três elementos da culinária baiana, a saber, o mingau, o acarajé e a cocada. Utilizou-se como recurso metodológico a pesquisa bibliográfica, entrevistas com os(as) trabalhadores(as) da comida de rua e aos consumidores. O conceito de R-existência se aproxima da temática da comida de rua na medida que os trabalhadores permanecem na rua e, r-existem ao apagamento histórico de sua atividade. A R-existência na comida de rua se deve ao fato dessa alimentação estar alicerçada na identidade da cultura baiana, resultante da contribuição indígena, africana e portuguesa. Essa comida resguarda saberes e fazeres transmitidos de geração a geração, que consolidam sua R-existência a medida que não desaparecem com o tempo, mas se solidifica.
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Referencias
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