Clarice Lispector em Felicidade clandestina: a poética do eu
Resumen
Este artigo trata da aproximação dos planos de realidade e fantasia especialmente no conto “Felicidade Clandestina” publicado no livro com o mesmo título, em que os dois segmentos passam a disputar o mesmo espaço. A realidade de uma mulher adulta que resgata fantasias da infância num curso de tempo em que, como personagem, fora submetida a imprevisíveis jogos, tratada com ludíbrio, chegando a situações consternadoras, numa passividade que, por vezes, lembra uma presa acuada. No entanto, a mesma protagonista antes submetida à astúcia da colega de escola, agora na posição de narradora, exerce pleno controle sobre o leitor. Passa de personagem à construtora do texto, jogando com os sentidos daquele que está imerso na história fictícia.
Palabras clave
Crítica biográfica, relações literárias, autoficção, Clarice Lispector, narrativas do eu
Biografía del autor/a
Lucilene Machado Garcia
Doutora em Teoria Literária pela Unesp. Professora Adjunta no Curso de Letras/Espanhol na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Programa de Mestrado em Estudos Fronteiriços
Citas
- Barthes, R. (2002). O prazer do texto. Trad. J. Guinsburg. 3. ed.São Paulo: Perspectiva.
- Barthes, R. (1977) Barthes por Roland Barthes.Trad. Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Cultrix. DOI: https://doi.org/10.1007/978-1-349-03518-2
- Bloom, H. (2002). A angústia da influência: uma teoria da poesia. Tradução: Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Imago, 2ed.
- Bloom, Harold. (1991) Cabala e crítica. Trad. Monique Balbuena. Rio de Janeiro: Imago, 1991.
- Borelli, Olga. (1981) Clarice Lispector: esboço para um possível retrato. 2.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
- Cioran, E. M. (2000). Exercícios de admiração: ensaios e perfis. Trad. José Thomaz Brum. Rio de Janeiro: Rocco.
- Cunha, D. (2000). A amizade segundo São Tomás de Aquino. Cascais: Principia, Publicações Universitárias e científicas.
- Duras, M. E. (1994). Trad. Rubens Figueiredo. Rio de Janeiro: Rocco.
- Foucault, M. (1992). O que é um autor? Trad. de José A. Bragança de Miranda e António Fernando Cascais. Lisboa: Veja, Coleção Passagens.
- Gotlib, N. B. (1995). Clarice: Uma vida que se conta. 2. ed. São Paulo: Ática.
- Ferreira, T. C. M. (1999). Eu sou uma pergunta: uma biografia de Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Rocco.
- Iannace, R. (2001). A leitora Clarice Lispector. São Paulo: Edusp.
- Lispector, C. (1998). Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco.
- Lispector, C. (1999). A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco.
- Lispector, C.(1999). Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco.
- Lispector, C. (1998). Água viva. Rio de Janeiro: Rocco.
- Lispector, C. (1998). Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Rocco.
- Lispector, C. (1978). Um sopro de vida: pulsações. 6.ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira.
- Lispector, C. (1977). A mulher que matou os peixes. Rio de Janeiro: Francisco Alves.
- Mansfield, K. (2000). Felicidade e outros contos. Tradução: Julieta Cupertino. Rio de Janeiro: Editora Revan, 3ª ed.
- Manzo, L. (1997). Era uma vez: eu - a não ficção de Clarice Lispector. UFJP. Curitiba: Secretária de Estado da Cultura.
- Molloy, S. (2003). Vale o escrito: a escrita autobiográfica na américa hispânica. Trad. Antônio Carlos Santos. Chapecó: Argos. (Vozes Vizinhas. Os melhores ensaios).
- Ortega, F. (1999) Amizade e estética da existência em Foucault. Rio de Janeiro: Edições Graal.
- Ortega, F. (2000). Para uma política de amizade: Arend, Derrida, Foucault. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
- Souza, E. M. (2002). Crítica cult. Belo Horizonte: Editora UFMG.
- Souza, E. M. (1999). O século de Borges. Belo Horizonte: Autêntica/Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria.
- Woolf, V. (1992). Objetos sólidos. Tradução: Hélio Pólvora. São Paulo: Siciliano.
- Woolf, V. (1978). Orlando. Trad. Cecília Meireles. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
- Woodward, M. C. (2002). Org. Cuentos reunidos: Clarice Lispector. Trad. Cristina Peri Rossi, Juan García Gaió, Marcelo Cohen, Mario Morales. Madrid: Alfaguara.