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“Se acabar o Rio, a comunidade acabou”: dimensão pedagógica do racismo ambiental

Resumo

Neste artigo pretende-se analisar as práticas educativas que emergem das situações de conflito nas quais valoriza-se a ancestralidade e o direito ao território quilombola. A partir das narrativas dos moradores da comunidade de Barreiros de Itaguaçu frente às condições de cerceamento ao seu território tradicional, nasceu o desejo de contribuir — por meio da produção de conhecimento sobre o racismo ambiental vivenciado pela comunidade — na esperança de aumentar sua visibilidade num espaço onde os diversos eixos da colonialidade não permitem. A convivência na comunidade mostrou que os moradores criam estratégias de resistência para combater o processo de ocupação de seus territórios. Essa ideia de resistência que descrevemos não se limita exclusivamente à defesa do território, mas também diz respeito a defesa das formas de sobrevivência e do modo de vida comunitária que evidenciam a identidade quilombola. Esse contexto de resistência da comunidade considera-se um universo de tensões e múltiplas problemáticas originadas no sistema mundo-colonial, assentado nas diferentes faces da colonialidade, de onde emergem os saberes produzidos na comunidade quilombola que questionam outros modos de apropriação da natureza.

Palavras-chave

educação quilombola, decolonialidade, relações étnico-raciais, racismo ambiental

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