Formação e horizonte de expectativas
Resumo
O artigo, de natureza ensaística, contextualiza a crise contemporânea gerada tanto pela orientação neoliberal da educação, restrita aos interesses mercadológicos, como pela introdução de tecnologias da informação nos sistemas de ensino, que obliteram a capacidade deliberativa do sujeito, num abandono da tradição moderna da educação, cujo núcleo é a autonomia. Na sequência, adota os recursos teórico-metodológicos da hermenêutica filosófica de Gadamer e das categorias de espaço de experiência e horizonte de expectativa de Koselleck para avaliar criticamente a herança da experiência formativa ocidental e sopesar o que mantém validade. As críticas forçam o descentramento da autonomia e conduzem a uma reelaboração desse conceito que sustente sua validade, exigindo do sujeito a capacidade de explorar criativamente suas necessidades, refletir eticamente sobre a totalidade de sua vida e aplicar normas universalistas com sensibilidade. Tal reelaboração projeta no horizonte de expectativa uma criação de si, enquanto autodeterminação, ponto de clivagem de uma educação ético-estética, capaz de abrir-se às possibilidades inexploradas, não preconcebidas em modelos estruturados de comportamentos.
Palavras-chave
formação, experiência, horizonte de expectativa, autonomia, educação ético-estética
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