Conflito das pedagogias da resposta e as pedagogias da pergunta
Resumo
Diante das modas de tendências pedagógicas que têm invadido a escola, faz sentido analisar a origem e as bases que elas têm, assim como a sua verdadeira intenção, que geralmente vêem ocultas e impostas inteligentemente desde os modelos econômicos dominantes. Denunciase, por exemplo, a falsa sociedade do conhecimento, que baseada nas pedagogias da competência, do aprender a aprender, do construtivismo e a linha do professor reflexivo, subestimam a transmissão dos saberes científicos e as experiências acumuladas, e privilegia os aprendizados individuais (Escola Nova), essas perspectivas criaram a ilusão da facilidade do acesso ao conhecimento,diante a utilização dos sistemas de informação, tal competência é mais importante do que adquirir conhecimento e dominar teorias. Na sociedade do conhecimento todas as respostas se oferecem para ser consumidas de acordo com os gostos dos clientes, apresentam-se só as respostas, mas as perguntas que geram esses conhecimentos são abandonadas, esquecidas pelo pragmatismo do uso imediato e oportunista das informações. Neste sentido, a assim chamada sociedade do conhecimento é uma ideologia vinda do capitalismo, é um fenômeno no campo da reprodução ideológica do capitalismo. Quanto a educação de respostas, ela tende a ser abrangente, repetidora, inibidora e “alienadora”. A educação das perguntas apresenta-se como uma proposta nova, criativa e apta para estimular a capacidade humana de assombração, de resposta a seus assombros e resolver seus verdadeiros problemas essenciais e existenciais. Em síntese, a proposta de uma pedagogia revolucionaria superior à pedagogia nova e tradicional, deve ser critica. Problematizar pode ser entendido como indagar o problema, buscar os conflitos que podem estar nas versões elaboradas sobre os fenômenos, no cotidiano, na prática social. De qualquer orma, problematizar significa duvidar, indagar, questionar, perguntar sobre o problema.Palavras-chave
Pedagogia da pergunta, Pedagogia da resposta, Sociedade do Conhecimento, pesquisa, Educação crítica.
Referências
- Abbagnano, N. (1970). Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou.
- Bachelard, G. (1989). Epistemologia. Barcelona: Anagrama.
- Cheptulin, A. (1982). Dialética materialista. São Paulo: Alfa-Omega.
- Comenio, J. A. (1985). Didáctica Magna. Lisboa: Fundação Calauste Gulbenkian.
- Duarte, N. (2003). Sociedade do conhecimento ou Sociedade das ilusões? Campinas, SP: Autores Associados.
- Freire, P. y Faundez, A. (1985). Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
- Kopnin, P. V. (1978). A dialética como lógica e teoria do conhecimento. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira.
- Kosik, K. (1995). Dialética do concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
- Manacorda, M. A. (1989). História da Educação: da antiguidade a nossos dias. São Paulo: Cortez.
- Marx, K. (1968). O Capital, Livro I, Volume I. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
- Sánchez Gamboa, S. (1992). Comenio y la actual crisis de la didáctica. In: Momento Pedagógico. México, Universidade Pedagógica Nacional, abr-jun., pp. 6-11.
- Sánchez Gamboa, S. (2004). Retomando o debate sobre a pedagogia do movimento. In. Chaves, M. (Org.): Pedagogia do movimento: diferentes concepções. Maceió: Edufal, pp. 101-114.
- Saviani, D. (1980). Educação: do senso comum à consciência filosófica. São Paulo: Cortez; Autores Associados
- Saviani, D. (1986). Escola e Democracia. São Paulo: Autores Associados.
- Saviani, D. (1987). Ensino público e algumas falas sobre Universidade. São Paulo: Cortez/Autores Associados.
- Suchodolski, B. (1978). A pedagogia e as grandes correntes filosóficas: pedagogia da essência e da existência. Lisboa: Livros horizonte.
Downloads
Não há dados estatísticos.